Nove e quarenta e cinco da noite.

Cheguei na recepção do hotel aonde estava hospedado e o funcionário estava falando ao telefone. Olhei para ele, ele me olhou e continuou conversando. Continuei olhando e nada de me atender.

Contados três minutos depois o mancebo olhou novamente para mim e percebeu que eu continuava fitando-o então, disse, "vou ter que desligar, chegou um cara aqui".

Confesso que na hora cheguei a me questionar, o quê falta àquele rapaz?

Educação, instrução ou treinamento?

Ou tudo?

Que tanto o assunto ele tinha de mais importante?

Será que era outro hóspede?

Claro que não, o papo era claramente pessoal e envolvia balada de fim de semana.

O personagem desta história é um jovem mas isso, infelizmente, ocorre com pessoas de todas as idades. Não raro nos deparamos com pessoas que trabalham em atendimento e isso por si só deveria ser avalizador de uma condição sine qua non daquela pessoa gostar de gente. Mas ocorre sempre o contrário: o telefone, o computador ou o smartphone tem preferência ao cliente que está na sua frente; tudo errado, tudo invertido.

Situações anômalas ocorrem em todo tipo de estabelecimento, desde uma loja até um consultório, de um hotel ao atendimento num serviço público; e em todo porte de estabelecimento e em todo o país.

O moço do hotel assim que desligou o telefone me olhou com aquela cara de "então cara, o que você quer?" e eu olhei para ele e escrevi na testa: mais respeito pois esse cara aqui é quem paga o seu salário!"

Fúlvio Ferreira - presidente da CDL Uberaba

Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista.

www.fulvioferreira.com.br

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