Holding planeja investimento de R$ 2 bilhões, nos próximos 5 anos, nas diversas áreas em que atua.
OMAR FREIRE/IMPRENSA MG |
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O governador Antonio Anastasia (foto) e o prefeito Marcio Lacerda participaram ontem da inauguração da sede da Algar na Capital. |
O Grupo Algar, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, iniciou o processo de internacionalização dos negócios. A Algar Tecnologia, subsidiária da
holding que atua no ramo de tecnologia da informação (TI) e telecomunicações, está se preparando para prover serviços na língua espanhola. Argentina, Chile e Colômbia estão entre os países que podem receber um escritório do grupo. A intenção é de que, a partir dessa unidade, atenda clientes de toda a América do Sul. Os valores de investimentos nessa etapa ainda não foram calculados. Para os próximos cinco anos, a
holding planeja aportes de R$ 2 bilhões em diversas áreas.
As informações são do Chief Executive Officer (CEO) do Grupo Algar, Luiz Alexandre Garcia. Ele explica que vários clientes com presença internacional solicitam que a empresa tenha uma solução que atenda a países da América do Sul. "Nossos clientes internacionais enxergam toda a América Latina e querem uma solução que atenda a toda essa região e não só ao Brasil. Vamos capacitar a Algar Tecnologia para ter competência para prover essa solução", diz. A expectativa é de que a empresa estabeleça presença em um dos três países já citados - Argentina, Chile e Colômbia - até o final deste ano.
Serão oferecidos serviços de assistência ao cliente final, o chamado
help desk. "O que nós vamos fazer é prover informações aos usuários por meio de uma ligação telefônica em língua espanhola", observa. Para estabelecer o escritório fora do Brasil, a empresa está prospectando países que tenham condições mais adequadas para receber o investimento. Depois dessa fase, serão analisados os riscos, as oportunidades e ainda as diferenças culturais entre o Brasil e o país escolhido.
BETO RIGINIK/DIVULGAÇÃO |
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Garcia não descarta a abertura de capital |
Será preciso ainda selecionar um líder dentro da Algar Telecom para participar do início da operação da nova unidade da empresa. "A intenção, no entanto, é operar no exterior com executivos e profissionais do próprio país", destaca Garcia. Segundo ele, ainda não é possível mensurar os valores de investimento no processo de internacionalização.
O Grupo Algar já atua com exportação por meio da Algar Agro. A empresa negocia soja e farelo de soja, mas não tem presença internacional. Todo o processo é feito por meio de escritórios no Brasil. Garcia lembra que o país já é um grande
player dentro do ramo de agronegócios e que tem potencial para crescer ainda mais. "Nós temos 40% das nossas áreas agricultáveis disponíveis e o restante do mundo já ocupou toda a área disponível, então o Brasil vai ser líder mundial nesse setor. Temos área, tecnologia e clima, só falta infraestrutura. Escoamento é o que deixa a desejar", reclama.
Agronegócios - Recentemente, a Algar Agro, assim como todas as outras empresas exportadoras do país, passou por problemas com escoamento devido à sobrecarga dos portos brasileiros. "Esse é um gargalo que afeta toda a indústria. Um navio parado tem o custo de US$ 40 mil por dia e quem arca com essa multa é a empresa exportadora. Então, os atrasos no embarque representam um custo significativo para essas empresas", destaca.
O setor agrícola é o que tem impulsionado os negócios do Grupo Algar, de acordo com Garcia. No ano passado, foi registrado crescimento de 22% na receita líquida em comparação com o exercício imediatamente anterior. Para 2013, a expectativa é de um incremento superior a 10% sobre o ano passado.
Para os próximos cinco anos, estão previstos R$ 2 bilhões em investimentos, sendo as áreas de agronegócio e TI/Telecomunicações os focos dos aportes. "Esses são os nossos dois eixos de desenvolvimento", observa Garcia. Os investimentos ficarão em torno de R$ 400 milhões por ano. Essa é, inclusive, a cifra que está sendo planejada para 2013.
O CEO do Grupo Algar não descarta a possibilidade de abertura de capital, mas afirma que, por enquanto, não existe nenhuma ação específica voltada para esse assunto.
JULIA DUARTE