Por Lúcio Castellano
O presidente da CDL Uberaba, Miguel Faria, admite ser "muito preocupante para o mercado", o resultado de pesquisa divulgado agora no início da semana. De acordo com o levantamento, 65% das famílias brasileiras admitem ter dívidas.
"Temos alertado constantemente para o endividamento das famílias com cartão de crédito", diz o dirigente lojista, ao assinalar que, inclusive, na campanha que o SPC Uberaba (Serviço de Proteção ao Crédito), órgão mantido pela CDL em parceria com a Aciu (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba), está fazendo, com o slogan "Aqui seu cheque é bem vindo", essa situação é colocada, ou seja, do expressivo grau de endividamento, com destaque para débitos contraídos com cartão de crédito, bem superior aos demais mecanismos de pagamento.
As famílias brasileiras não se percebem como muito endividadas. Tampouco os estudos do Banco Central apontam para o descontrole dos orçamentos familiares. Nos dados de julho da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 65,2% das famílias brasileiras declararam-se endividadas. Desse total, apenas 14,1% se dizem muito endividadas e 7,4% afirmam que não terão condições de honrar os compromissos financeiros assumidos.
Na medição do Banco Central para o acumulado de 12 meses em abril de 2013, o comprometimento da renda familiar com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) chegou a 44,2%. Quando expurgadas as dívidas com crédito imobiliário, o percentual cai para 30,5%, faixa que vem se mantendo com pequenas oscilações desde outubro de 2012.
Confira alguns tipos de dívida (%)
comparativos julho/2012 - julho/2013
Cartão de crédito ( 71,8% para 75,2)
Cheque especial ( 5,7% para 5,8)
Cheque pré-datado ( 2,6 para 1,9)
Crédito pessoal (10,7 para 10,5)
Carnês (19,4 para 17,9)
Com informações dos jornais Valor Econômico e O Estado de S.Paulo