O tema do momento entre os lojistas é o dos cartões de crédito. Com as mudanças previstas para o setor se aproximando, a CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas) aconselha que os empresários tenham cautela ao aceitar qualquer proposta das administradoras. A entidade alerta seus associados quanto ao procedimento de algumas bandeiras que oferecem contratos de exclusividade. “É importante o lojista analisar bem a proposta antes de assinar", observa Fúlvio Ferreira (foto), presidente da CDL Uberaba. A expectativa é que, com as mudanças em curso, a concorrência entre as administradoras aumente e beneficie os comerciantes.
Além da possibilidade de uma máquina receber as mais diversas bandeiras, que passa a vigorar a partir de 1º de julho, após quatro anos de divergências, o governo surpreendeu as empresas do setor e anunciou que dará ao Conselho Monetário Nacional o poder de regular as taxas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito.
Para facilitar o entendimento dos lojistas, a CDL Uberaba tem usado o exemplo da telefonia em que, tempos atrás, as concessionárias batiam às portas dos usuários, para oferecer um plano que apontavam como o melhor. “Aguarde. Espere lojista, porque as bandeiras vão te procurar, independente do tamanho do seu estabelecimento. Por conta da exclusividade, melhoram as suas chances de obter maiores benefícios”, argumenta o dirigente lojista.
Fúlvio reforça que o momento é de se fazer uma boa negociação com as operadoras de cartões de créditro. “Agora, o setor vai ficar muito mais aberto e muito mais dinâmico”, diz. O setor lojista nacional espera juros e custos menores e mais transparência nas tarifas e faturas. Além disto, que as regras não fiquem somente na promessa e que as punições para casos de irregularidade sejam rigorosas.
FIM DAS DISTORÇÕES - De outra parte, a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) conseguiu uma audiência com o Banco Central e o Ministério da Justiça para elencar o que chama de “distorções” na indústria de cartões de crédito. “Queremos a redução do tempo de espera entre o dia em que o cliente leva o produto e a data em que o dinheiro do cartão de crédito chega às mãos do comerciante. Queremos ainda uma atuação mais forte do poder público sobre as empresas que controlam as máquinas de cartão”, posiciona-se o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, ao finalizar dizendo que “o Movimento Lojista está atento às decisões por parte do governo e vamos lutar junto ao poder público pela tão esperada regulamentação do setor”.
A unificação das diversas máquinas processadoras das operações de Cartões de Crédito, dentre estas, a Redecard e Visa, deverá gerar uma economia de 200 milhões de reais para os lojistas. Este resultado foi conseguido através do associativismo e do trabalho de acompanhamento da CNDL junto a diversos organismos de governo, e especialmente, junto ao Congresso Nacional.
Cabe assinalar, ainda, que a CNDL também alerta aos lojistas para alguns cuidados que devem ter a partir deste momento. Segundo a entidade, as credenciadoras que hoje atuam no mercado e as que surgirão, vão buscar fechar contratos de fidelização com diversas vantagens, mas que serão contratos longos de 12, 24 ou mais meses, seguindo o exemplo do que foi feito com as empresas de telefonia. “A CNDL solicita que não assinem estes contratos e incentivem outros lojistas e prestadores de serviço a fazerem o mesmo. A Confederação vai buscar negociações coletivas em escala nacional de forma de reduzam ainda mais os preços”, finaliza Roque Pellizzaro Junior.