Por Lúcio Castellano

Consumidores uberabenses têm evitado as compras parceladas a longo prazo. Quando fazem compras com esses prazos, usam os cartões de crédito. Caso os pagamentos não sejam honrados no vencimento, há o acréscimo de altas taxas de juros. Em Uberaba, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), órgão mantido em parceria pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e Aciu (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba), permaneceram estáveis, em janeiro, se comparado ao movimento registrado em igual período do ano passado. “Tivemos acréscimo em alguns segmentos, especialmente, de material escolar, devido à sazonalidade da volta às aulas”, comentou o presidente da CDL, Miguel Faria.

Quanto ao cancelamento de registros de inadimplentes no SPC Uberaba, o volume atingiu a marca de (-) 26,57%, ou seja, um número menor de devedores quitou débitos vencidos e permaneceram incluídos no banco de dados. Em contrapartida, a inclusão de novos consumidores inadimplentes teve queda de (-) 12,28%.

Para o presidente da CDL Uberaba 2015 é um ano que requer “muita preocupação” para quem vai comprar a prazo. Sugere compras com parcelamentos mais curtos, além de analisar bem as taxas de juros que estão sendo oferecidas pelo mercado.  “Os comerciantes têm que se precaver na questão do aumento de estoques e fazer um cadastro de clientes muito bem feito, para evitar que a inadimplência aumente e atinja patamares elevados. É fundamental que antes da concretização de vendas, o SPC seja consultado”, pontuou. Apesar de tudo, o dirigente lojista espera um ano positivo.

O momento atual é de cautela, já que o aumento nas taxas de juros desestabilizou consumidores e empresários. Quem conseguia fazer um empréstimo com facilidade, agora se vê impossibilitado pelos juros exorbitantes. Isso ocasiona um reflexo em cadeia, pois se a pessoa estiver endividada, menor será o seu poder de compra e, conseqüentemente, haverá um desaquecimento no comércio.

Miguel Faria, de outra parte, analisou que as recentes medidas econômicas do governo, como os reajustes nas tarifas de combustível e de energia, impactam todos os setores. “O que se vê é uma carga tributária cada vez mais alta para a sociedade. Defendemos uma reforma tributária, com menos impostos para o País crescer”, acentuou. No momento em que o governo eleva a sua arrecadação, o dirigente lojista espera que o mesmo governo promova cortes profundos nos gastos. “Sabemos que o Custo Brasil é muito alto. Agora, nos preocupa a volta da inflação, diante dos reajustes nos combustíveis”, finalizou.

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