Por Lúcio Castellano - Fonte: FCDL-MG
A pauta econômica foi o destaque da programação inicial desta sexta-feira (23), na 27ª Convenção Estadual Varejo 360º.

Em sua palestra, o economista, filósofo e escritor, Eduardo Giannetti, abordou o contexto econômico atual do Brasil e do mundo. Giannetti destacou que o país vive um momento promissor, após um período difícil de pandemia e de polarização política. “Passada toda essa sequência de instabilidade, estamos vendo razões sólidas de uma melhoria já a curto prazo da economia brasileira”, pontuou.
O especialista ressaltou que o Brasil ainda tem um enorme caminho a percorrer, mas que alguns indicadores de economia já apontam prognósticos positivos. “É o caso do aumento de vagas de empregos formais, dos sinais consistentes de queda da inflação, além de alterações na taxa de câmbio, com o real mais valorizado frente ao dólar e a alta da bolsa de valores. As previsões, inicialmente tímidas para o crescimento neste ano, agora já apontam para 2 a 2,5%”, destacou.
Para Giannetti, o grande entrave para a economia se estabilizar de uma vez, além da Reforma Tributária, é a taxa de juros ainda muito alta. “Porque o Banco Central não baixou a Selic é uma pergunta cada vez mais difícil de ser respondida. Está fora do lugar, desnecessariamente elevado”, afirmou.
O economista também contextualizou o cenário mundial e as grandes tendências da economia global, mas deixou uma mensagem positiva para a plateia. “O prognóstico é bom, já temos bons indicadores disto neste ano. E a tendência é de que 2024 haja um crescimento econômico no Brasil ainda maior”, finalizou.
Reforma Tributária
A Reforma tributária é um dos assuntos mais em evidência atualmente no país e seus reflexos têm impacto direto para os setores de comércio e serviços. E esse foi o tema do painel realizado logo na sequência da palestra de Eduardo Giannette. Para comentar esse cenário e seus reflexos em Minas, um time de especialistas esteve reunido no palco do Minascentro.
Mediados pela jornalista e editora do Diário do Comércio, Gabriela Pedroso, o debate contou com a participação do presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços na Câmara dos Deputados, Domingos Sávio; do Diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Manoel Procópio Junior; além do advogado tributarista, Marcelo Nogueira Morais e do presidente do Sebrae Minas e da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Domingos Sávio pontuou que a Reforma é extremamente importante para a economia do país, sobretudo para os setores produtivos. “Sou a favor, mas não pode haver em hipótese alguma aumento de impostos. Seria um contra-censo enorme”, ressaltou.
Mesma opinião do advogado Marcelo Nogueira. “É preciso ter cuidado com essa questão dos impostos, já que para reduzir a carga de alguns setores, outros serão onerados, e os setores de comércio e serviços não podem ser prejudicados”, ponderou.
Manoel Procópio, por sua vez, destacou a complexidade do sistema tributário brasileiro. “Essa complexidade tem um custo para os empreendedores do país, o que não existe para os de fora, que concorrem com o Brasil. Nossa legislação tributária cria obstáculos para os investimentos. Somente três países no mundo seguem uma legislação assim: Brasil, Haiti e Filipinas”, analisou. Procópio também chamou a atenção para o fato de que a população não sabe quanto de impostos paga pelos produtos que consome.
Marcelo de Souza e Silva comentou, então sobre a realização do Dia Livre de Impostos, movimento que justamente chama a atenção para o peso da carga tributária no dia a dia do consumidor e a falta de retorno desses valores em educação, saúde e segurança de qualidade. O dirigente do Sebrae Minas e da CDL BH também afirmou que não se pode esquecer da Reforma Administrativa e da continuação da Reforma Trabalhista.
