Eis, abaixo, texto encaminhado à imprensa pela CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
A indústria de cartões de pagamento, na contramão da economia, ultrapassa todos os parâmetros plausíveis, locupletando-se às custas do consumidores e dos comerciantes brasileiros e sequer aceita as críticas do presidente da República ou o clamor do Banco Central. De acordo com balanço divulgado por eles mesmos, o lucro do setor tende a subir de 17% a 22%, este ano. O total de cartões no mercado deve chegar a 135 milhões em dezembro, ou seja, alta de 9% em relação a 2008.
O dinheiro de plástico deve movimentar R$ 253 bilhões, o que representa expansão de 18%. E mesmo assim, segundo comprova pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros no cartão de crédito não caem há nove meses consecutivos sem explicação razoável. Somente o cartão de crédito manteve inalteradas suas taxas de juros em 10,68% ao mês (237,93% ao ano) em novembro, entre as seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, permanecendo no maior patamar desde julho de 2000, quando estava em 10,70% ao mês (238,67% ao ano). Apesar da queda da inflação, da diminuição significativa da Taxa Básica de Juros (Selic, agora em 8,75% ao ano), da queda nos índices de inadimplência, do esforço do governo em reduzir impostos para combater com vigor os efeitos nefastos da crise econômica global, os cartões de crédito mantêmm a mesma linha de obtenção de altos lucros.
Além da absurda taxa de, em média, 4 a 5% em cada transação com cartão de crédito ou débito, o lojista ainda tem que arcar com aluguel de equipamentos POS (as máquinas) e se quiser antecipar o pagamento, os juros podem chegar a 6% ao mês. Muitos comerciantes, em especial os micro, pagam mais a estas empresas que todas as despesas mensais juntas, inclusive impostos e taxas. Tudo isso, poucos sabem, vem embutido no preço dos produtos.
Os consumidores, obrigados a se curvar aos juros mais altos do mundo, entram na armadilha do crédito rotativo, e consequentemente não conseguem honrar seus compromissos. A implicação mais perversa é que o cidadão brasileiro, enredado por essa situação, fica fora do mercado, sem movimentar a economia. No sso cliente é nosso maior patrimônio. Queremos ele de volta! O movimento lojista está no caminho certo. Vamos lutar para que essa situação acabe.
A Frente Parlamentar do Comércio Varejista (que conta com 203 deputados e 31 senadores) tem feito importante trabalho com amplo impacto em defesa da regulamentação da indústria de cartões de meios eletrônicos de pagamento e traz ao conhecimento do público detalhes significativos para o entendimento do mal que esse inexplicável privilégio causa à população brasileira. A única saída para dar um basta nesta situação é a regulamentação do setor dos cartões de crédito.
Fonte: CNDL - Autor: Roque Pellizzaro Junior