Apesar da inadimplência e da queda nas vendas, lojistas esperam melhora

 

A CNDL evita o pessimismo e acredita em uma melhora nas vendas do comércio ainda este ano. As esperanças estão depositadas na melhora da articulação política e na conclusão das ações de ajuste fiscal Economia.

A inadimplência está crescendo e as vendas estão em queda. No comércio, já não se fala em uma volta ao cenário de 2012, mas que o momento atual ainda é pior do que o observado naquele ano. Ainda assim, as expectativas da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) são de que as vendas podem melhorar nos próximos meses.

"Se [o governo] conseguir a articulação política para que todos entendam a necessidade do ajuste [fiscal], o cenário poderá ser melhor. Mas, sem a reversão no cenário político-econômico, a situação será pior", disse Honório Pinheiro, presidente da CNDL.

Apesar da inadimplência estar abaixo do indicador observado naquele ano - está em 4,47% contra os 5,84% observados em julho de 2012 -, a situação está mais crítica. Naquela época, estimava-se um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 4%. As expectativas não se concretizaram (chegou a 0,9%), mas ainda assim, havia estabilidade no emprego e a taxa de desemprego era baixa (5,4%). Além disso, a inflação estava dentro do limite de variação da meta, em 5,84%.

Agora, o quadro está totalmente diferente. O desemprego é crescente, tendo a taxa chegado a 6,4%. A inflação já superou o teto de flutuação da meta no acumulado em 12 meses, está em 8,89%, e se fala em retração do PIB no fechamento do ano.

"Se [o governo] conseguir a articulação política para que todos entendam a necessidade do ajuste [fiscal], o cenário poderá ser melhor. Mas, sem a reversão no cenário político-econômico, a situação será pior"Honório Pinheiro, CNDL

O setor espera que o Congresso vire a página e garanta as medidas de ajuste fiscal para a economia voltar aos eixos. Além disso, também torce para que o governo deslanche com o Programa de Investimento em Logística (PIL), recentemente anunciado, e que prevê concessões de aeroportos, ferrovias e rodovias entre outros modais.

Desconfiança do consumidor

No ano, com exceção do mês de janeiro, as vendas estão em queda na comparação com os dados do mesmo período do ano anterior.

Os lojistas não observam ainda uma ladeira, mas sim oscilações nos resultados negativos. O maior saldo negativo observado até agora foi em abril, quando as vendas recuaram 4,69% frente ao mesmo mês do ano anterior. "Os dados representam o que os brasileiros estão sentindo. Crise, inflação crescendo, juros altos", afirmou o presidente da CNDL.

Em julho, cada inadimplente do Brasil tinha em média 2,11 dívidas em atraso e quando comparamos as regiões entre si, o Sul segue como a região onde cada devedor possui mais pendências em média (2,37), enquanto que no Nordeste cada inadimplente possui menos dívidas, em média (2,01).

Quando analisada a participação de cada setor junto ao total de dívidas de cada região, o segmento de bancos se destaca, já que concentra a maioria das dívidas no Brasil como um todo (48,29%) e em todas as regiões do país - no Sudeste, concentra sozinho mais da metade das pendências (56,96%). O comércio ocupa a segunda posição em termos de participação no país (20,14%).

A economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que o otimismo do empresário varejista nesse momento reflete a necessidade de uma recuperação do setor que amarga resultados muito ruins esse ano. Veja abaixo.

Fonte: CNDL

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