Para a CNDL a redução dos juros básicos é um importante passo para que o Brasil consiga enterrar de vez o fantasma do juro real mais alto do mundo.
A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) avalia que a redução dos juros básicos a 9% ao ano, apenas 0,25 ponto percentual acima do piso histórico pós- estabilidade econômica, de 8,75% ao ano, é um importante passo para que o Brasil consiga enterrar de vez o fantasma do juro real mais alto do mundo.
“Com as condições que se criaram hoje, com inflação sob controle e cenário externo ainda em fraca expansão, temos o melhor momento para reduzir as taxas de juros, e é isso o que o Banco Central está fazendo. A depender do que será feito na próxima reunião, em maio, o Copom estará a um passo de fazer história”, afirmou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior (foto).
O dirigente lojista acredita que a perseguição dos juros mais baixos pelo Banco Central, que começou a reduzir a Selic em agosto de 2011, criou um ambiente favorável à redução dos juros finais cobrados do consumidor, movimento que se iniciou com os bancos públicos, há duas semanas, e foi seguido de perto pelas instituições privadas.
Para Pellizzaro Junior, com o corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica, o sexto consecutivo, o Copom sinalizou estar alerta em relação aos prognósticos recentes do FMI (Fundo Monetário Internacional) de que o Brasil poderia perder até dois pontos percentuais de seu PIB (Produto Interno Bruto) em 2012 caso a haja novo aprofundamento da crise econômica internacional. “Há ainda um cenário de muita instabilidade, com países da zona do euro ainda mostrando muita debilidade de recuperação, e nações pujantes, como a China, que já alertaram para um crescimento menor este ano, o que preocupa diretamente o Brasil”, disse.
No cenário interno, o presidente da CNDL reforçou otimismo com o comportamento das vendas do varejo, a despeito da queda da inadimplência observada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), e o impacto que os juros menores cobrados de empresas e consumidores terá no consumo interno sobretudo a partir do segundo quadrimestre do ano.
“Os juros brasileiros particularmente altos eram um inibidor natural do crescimento econômico, e prejudicavam sobretudo os micro e pequenas empresários, que enfrentam dificuldades maiores que os grandes na hora de negociar o custo de empréstimos. Agora, com essa redução abrangente de juros por bancos públicos e privados, há mais condições de fortalecer os micro e pequenos negócios brasileiros”, ponderou.
O dirigente citou números do Sebrae para mostrar a importância do setor para a sociedade brasileira. “O segmento de PME (pequenas e médias empresas), onde se enquadra grande parte dos comércios no Brasil, corresponde a 20% do PIB brasileiro. São 1,2 milhão de empreendimentos formalizados a cada ano, que geram média de seis empregos por empresa”.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNDL