Quem tem menos de 25 anos não sabe na prática o que é inflação, o que é salário sem nenhum poder de compra e também não sabe o que é falta de crédito.
O Brasil, dentro do cenário econômico, é muito melhor do que há 15 anos. Temos mais empregos, temos melhores remunerações e existe um cédito enorme para todas as classes sociais.
É inegável que o poder de compra cresceu, mas temos que lembrar que cada um de nós tem uma renda específica e isto determina a nossa capacidade de endividamento.
É muito bom comprar, faz bem. Além, é claro, de atender as nossas vontades, desejos e necessidades. Mas cabe lembrar que tudo tem limite, ou como dizia a vovó: "toda vasilha tem sua medida".
Hoje pode-se adquirir de tudo, de uma agulha a um avião comprando com dinheiro, cheque, crediário próprio, isto é, pelo carnê ou pelo cartão de crédito.
É comum, aliás é até uma invasão, a quantidade de telefonemas que vários de nós recebe com ofertas de cartões de crédito. Ligam para as nossas casas até tarde da noite. Sempre oferecendo crédito.
E em muitos casos aceitamos estes cartões sem pensar que crédito gera compromisso e compromisso gera dívida. E dívida tem data de vencimento!
Sem fazer muito esforço corre-se o risco de criar uma pessoal ciranda financeira onde um cartão de crédito cobre as despesas do segundo, que paga as contas do terceiro até chegar e seu salário e quitar parte das dívidas. E esta roda tende a crescer e crescer, afinal, você tem Crédito.
Mas cuidado, tudo tem limite. Aí, a gentileza daqueles telefonistas que ofereciam os cartões vai se transformar em ira de cobradores.
Portanto vale lembrar de novo da vovó que dizia da importância de medir a água com o fubá porque comprar é bom, mas pagar é melhor!
Fúlvio Ferreira, presidente da CDL Uberaba, em depoimento ao "Coluna Sete", da Rádio Sete Colinas, AM-1120, de Uberaba-MG