Por Lúcio Castellano
Para a CDL, as restrições são necessárias para evitar proliferação do Covid-19

Diante de um cenário de pandemia que o país e o mundo enfrentam, a CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas) entende que as medidas restritivas contidas no decreto municipal em que altera, também, o funcionamento do comércio, até 30 de abril, são necessárias para evitar a disseminação da doença.
O presidente da CDL Uberaba, Angelo Crema, concorda com as medidas adotadas pela Prefeitura de Uberaba, através de decretos do prefeito Paulo Piau, ao destacar seja “a forma de evitar grandes aglomerações e conter a transmissão do coronavírus no município, para proteger a população uberabense”.
Como representante da entidade, Crema integra e participa ativamente das reuniões do Comitê Técnico Científico para a Covid-19 e do Grupo Estratégico de Gerenciamento de Risco. Nesta sexta-feira (20), após novo encontro dos dois organismos, foi anunciado o novo decreto municipal que implica no fechamento do comércio local por mais de um mês, mantidos abertos supermercados, farmácias, padarias, postos de combustíveis, entre outros estabelecimentos essenciais.
Até o momento, os organismos internacionais de saúde e o governo brasileiro têm salientado que a única maneira de evitar a propagação de coronavirus é impedir o contato entre as pessoas. Crema diz que a CDL Uberaba segue na missão de manter seus cerca de 2 mil associados constantemente atualizados a respeito das tratativas com os órgãos públicos para que os impactos da pandemia nos setores que representa sejam o menor possível.
“Infelizmente a situação é muito difícil para todos os povos e, também, para o segmento comercial. Esse vírus avança rápido e é de fácil contaminação. Estudos mostram que uma pessoa com positivo para o Covid-19 circulando pela cidade, em 30 dias, chega contaminar 400 pessoas. É um quadro gravíssimo. Pela manhã, temos um número; à tarde, sobe, e, à noite, a quantidade é ainda maior. Precisamos dessas medidas para conter sim esse vírus. A única barreira que existe é a do isolamento. Então, o prefeito Paulo Piau, de forma acertada, vem decretar o fechamento do comércio, mantido apenas o atendimento de áreas essenciais”, diz.
Crema salienta, no entanto que embora abertos, os locais liberados terão restrições como de aglomeração de clientes e distância entre eles dentro das lojas.
Quanto ao aspecto econômico-financeiro das empresas associadas à CDL Uberaba, Crema observou que a maioria delas é formada de micro e pequenas empresas. “Infelizmente terão comprometimento no fluxo de caixa”, diz. A recomendação é que empreendedores busquem alternativas para continuarem no mercado. Diante de portas fechadas, podem se utilizar dos novos meios de atendimento: aplicativos, Internet e incremento no serviço de delivery (entrega em domicílio).
O dirigente lojista pontua que o decreto é, ainda, a ferramenta jurídica para as empresas poderem negociar contratos vigentes, dentre os quais, aluguel, colaboradores e com fornecedores. “Nós não esperávamos por essa pandemia que veio assolar a população mundial. Vamos aguardar os próximos dias, e em casa”.
Em resumo, o decreto restringe abertura dos comércios e serviços não essenciais até o final de abril. A medida é emergencial, visto que a doença se prolifera muitas vezes de forma silenciosa e rápida. Apesar do prejuízo incalculável também para o comércio de Uberaba com o fechamento geral dos estabelecimentos, é uma situação emergencial que necessita de atuação enérgica, pois sem essas atitudes pode ocorrer um descontrole generalizado da doença, refletindo num colapso no sistema de saúde pública.
Em paralelo ao decreto, os sindicatos patronal e laboral do comércio varejista trabalharão virtualmente em conjunto analisando o cenário e elencando possíveis medidas a serem tomadas.