“Por duas vezes depois da Segunda Guerra Mundial o Brasil viveu situações similares a esta, era a bola da vez, visto como potência emergente. Mas não soubemos aproveitar”, disse o autor de best-sellers como Vícios Privados, Benefícios Públicos? (1993) e As partes & o Todo (1995) – vencedores do prêmio Jabuti. Esta frase foi proferida pelo palestrante da 51ª Convenção Nacional, o economista, Eduardo Giannetti. Ele afirma que não vende ilusões, “há tempos de vacas magras e gordas e não podemos nos acomodar diante do atual e excepcional momento econômico brasileiro, não se acostumem com 2010”, ponderou o também professor do Instituto de Ensino e Pesquisa de São Paulo, ao destacar que o risco para a vigência deste cenário econômico favorável é a complacência.
Giannetti afirma que se os brasileiros quiserem não cometer os mesmos erros, eles devem trabalhar porque o crescimento de 2010 é um ponto fora da curva e dificilmente estes números se repetirão. “Nós economistas temos o papel de jogar um balde de água fria, não podemos iludir e sim afirmar que há riscos, que se deve poupar e investir”, ponderou. Ele ainda disse que o país conseguiu superar a crise porque contava com reservas na ordem de US$ 210 bilhões e havia realizado ajustes importantes nas contas internas e ressaltou o dinamismo do mercado doméstico brasileiro.
PhD em Economia pela Universidade de Cambridge (Inglaterra), Eduardo Giannetti afirma que o ambiente de negócios no Brasil não permite prosperidade das empresas, ele brinca ao dizer que se Bill Gates tivesse começado o seu negócio no Brasil, em uma empresa de fundo de quintal, estaria lá até hoje. O economista defendeu que sem poupança, investimentos e melhorias no ambiente de negócios e capital humano será complicado manter o mesmo ritmo de crescimento. E deixou mais um recado para os lojistas: “A maré montante vai passar. É preciso fazer com mais eficiência o que já se está fazendo e, acima de tudo, inovar. Precisamos continuar trabalhando com foco no país que queremos construir”, concluiu Ginnetti, eleito em 2004 ‘Economista do Ano’ pela Ordem dos Economistas de São Paulo.
Fonte: Assessoria de Comunicação da FCDL-MG