Muitas vezes somos atraídos por imagens que chamam a nossa atenção, principalmente quando estas estão ligadas fortemente aos nossos desejos. Um exemplo disso são os desenhos ou filmes onde um viajante com muita sede vê oásis no horizonte mas, quando esse vai beber a água, ela desaparece. Também conhecida como espelhismo, a miragem existe não somente nessa forma exagerada que vemos na televisão, mas também diante dos nossos olhos. A princípio, podemos achar que é o ouro que estávamos procurando mas, convenhamos, a miragem nunca vai ser igual ao mundo real!

No comércio, quando temos a oportunidade de comprar algum produto ou serviço em Feiras Itinerantes com gastos mínimos, sofremos dessa ilusão. E é ilusão porque os prejuízos que esses eventos geram em todo o sistema é gigantesco, não somente para as estruturas governamentais e empresariais, mas também para o consumidor. Vou te contar:

1) O que são as Feiras Itinerantes: eventos temporários que reúnem um grande número de expositores, que vêm de todos os cantos do Brasil e se instalam nas cidades a fim de comercializar seus produtos com preços consideravelmente mais baixos em comparação àqueles vendidos no comércio local.

2) Por que elas são prejudiciais para o comércio: o motivo é simples. As Feiras literalmente “roubam” os clientes dos lojistas. Com preços mais atrativos e em tempos de vacas magras, qualquer consumidor bom de cálculo vai preferir pagar mais barato, mesmo que a qualidade não seja lá essas coisas.

3) E também prejudicam o Estado: aí os prejuízos formam uma medonha corrente. O Estado perde na arrecadação de impostos, o que gera uma queda nas receitas governamentais em todas as esferas. Sim, em todas. Na saúde, na educação, em tudo. Se o Estado tem menos dinheiro, investe menos! Além disso, a geração de empregos formais cai, o que afeta a Previdência e os fundos de reserva estaduais e federais.

4) E até o consumidor: aquele consumidor que achou que estava fazendo o negócio do ano pode, na verdade, ter entrado numa bela roubada. Os produtos vendidos nessas feiras não têm garantia de procedência, ou seja: não se sabe se são de qualidade, produzidos de acordo com as leis (inclusive trabalhistas!) e os padrões mínimos estabelecidos.

E mais: no período de 2014 a 2016 o número de municípios que sofreram com prejuízos diretos por meio das Feiras Itinerantes cresceu em 400%, conforme registros oficiais. São prejuízos que afetam o funcionamento dos municípios e degradam, principalmente a mobilidade humana e o princípio básico da concorrência leal entre as atividades econômicas. O “jeitinho brasileiro” negativo pode ser um verdadeiro chute para fora.

Dessa forma, a FCDL-MG elaborou uma cartilha com o objetivo fornecer instrumentos eficazes para impedir a realização das feiras irregulares, sob o enfoque das obrigações jurídicas. Além disso, a Federação criou ainda o COPERFEI – COMITÊ PERMANENTE DAS FEIRAS ITINERANTES – no dia 22 de fevereiro de 2017, com o intuito de articular, promover, defender e atuar, em conjunto com órgãos dos governos Estaduais e Federal, a gestão e a regulamentação necessária para reduzir a propagação dessas feiras nos municípios, protegendo as atividades do comércio formal (e legal) mineiro.

As primeiras reuniões já estão acontecendo e, em breve, teremos mais notícias. Agora que você já sabe como as Feiras Itinerantes podem prejudicar as nossas atividades, não deixe de acompanhar as  redes sociais da Federação e fique por dentro de todas as novidades!

Fonte: FCDL-MG

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