Por Lúcio Castellano

 

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM, por meio do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis da Pró-reitoria de Extensão CCCP/PROEXT, recebe nesta sexta feira, 26, as 13h30, 86 blocos de rochas contendo fósseis com idade de 400 milhões de anos. Os exemplares provêm do Programa de Monitoramento e Salvamento Paleontológico realizado nas Linhas de Transmissão Elétrica entre as cidades de Ribeirãozinho no Mato Grosso e a Usina Hidrelétrica de Marimbondo instalada no Rio Grande no pontal do Triângulo Mineiro.

O resgate foi realizado pelo empreendimento da Guaraciaba Transmissora de Energia - GTE, formado a partir de uma sociedade entre a Companhia Paranaense de Energia – Copel e uma holding chinesa, que tem por objetivo interligar a Usina Hidrelétrica de Teles Pires, em construção no norte de Mato Grosso, ao sistema energético brasileiro.

De acordo com o supervisor do CCCP, Luiz Carlos Borges Ribeiro, esta não é a primeira vez que o Complexo da UFTM é escolhido para receber este tipo de material científico se consolidando de vez como coleção de referência no Brasil com a anuência do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. Estudos preliminares acerca desses fósseis confirmam que a região, onde hoje estão parte dos estados de Mato Grosso e Goiás, há cerca de 400 milhões de anos, era ocupado por um mar de águas calmas e quentes repleto de formas de vida. Estes animais eram essencialmente providos de conchas sendo classificados na sua maioria como pertencentes ao grupo dos braquiópodes. Diferentemente dos fósseis coletados em Uberaba, onde há um predomínio dos grandes animais como dinossauros, crocodilos, peixes, tartarugas, rãs etc.

Dentre os fósseis recebidos, destaca-se um exemplar ímpar medindo cerca de 9x6x4 cm preservado integralmente. O exemplar contém as duas valvas (conchas) intactas, além do pedúnculo, órgão responsável pela fixação do organismo ao substrato oceânico. De acordo com o supervisor do CCCP, este tipo de fossilização é raríssimo pois o pedúnculo é constituído de tecido mole e, por conseguinte, de difícil preservação. Seu estudo pode trazer à luz do conhecimento questões importantes sobre a ecologia e comportamento deste grupo extinto.

O próximo passo é fazer a triagem dos 86 blocos, identificando as espécies entre os 8 gêneros já identificados, numerando-os e inserindo-os na coleção do CCCP/PROEXT. Há uma boa possibilidade de que alguns possam ser objeto de estudo por especialistas em parceria com a equipe do Complexo da UFTM para se confirmar a presença de espécies ainda desconhecidas da ciência, o que o tornaria ainda mais importante, agregando conhecimento adicional à paleontologia brasileira. A proposta da direção do Complexo é, em um curto prazo, colocar em exposição alguns dos exemplares para que o visitante possa conhecer essas formas de vida que habitaram nosso país em um passado remoto.

Mais informações: (34) 3338-1526

Fonte: Comunicação Social - UFTM 

Foto: Complexo Cultural e Científico de Peirópolis / Crédito autoral: Elioenai Amuy/UFTM

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