Por Lúcio Castellano
O ano de 2015 foi complexo e de muitas incertezas. Avaliação é do presidente da CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas) e vice-presidente da Federação das CDLs de Minas Gerais. “Apesar de o primeiro semestre ter sido "catastrófico", o setor lojista pôde experimentar uma "ligeira reação", agora nos segundo semestre, embora diante de uma fase marcada pelos desencontros políticos", diz Miguel Faria.
Ainda na análise pontua que o ano para os lados da política "foi o pior que podia acontecer". Afirma que, com raras exceções, os políticos precisam se preocupar mais com o Brasil que com interesses próprios. Quanto a Uberaba, o dirigente lojista sinaliza que alguns segmentos sofreram “percalços”, porém, no conjunto, a cidade conseguiu caminhar pela contramão da crise.
Gestão profissional
Miguel Faria que fecha nesta quinta-feira (31), seu mandato de presidente da CDL Uberaba, referente ao triênio 2013-15, diz que "foi um ano muito bom para a nossa entidade”, ao citar a oferta de novos produtos, além de cursos, treinamentos e palestras aos cerca de 2 mil associados. Cita, ainda, que a gestão foi muito profissional, aliada a uma diretoria coesa, somando-se aos expressivos resultados de ações realizadas com entidades e órgãos parceiros. "Assim foi possível superar um ano complicado", observa.
No dia 1° de janeiro, ele transmite a presidência para Fulvio Ferreira. Sinaliza que foram muitos os desafios no cargo, "mas sinto que o dever foi cumprido", ao assinalar ter recebido a entidade bem estruturada e que a entrega ainda melhor ao sucesso que, por coincidência, o antecedeu no cargo.
Miguel Faria estará por mais dois anos na vice-presidência da Federação das CDLs mineira, presidida por Frank Sinatra, da CDL Contagem. A entidade estadual reúne mais de 200 CDLs federadas, o que a posiciona como a maior do País. “A meta é contribuir para incrementar as CDLs e, principalmente, micro e pequenos empresários associados”, expôs.
Ele destaca o modelo de estatuto da CDL Uberaba."Cada novo presidente que chega, mesmo sendo apoiado pela diretoria em exercício, precisa renovar 1/3 dos membros do futuro grupo diretivo. Favorece a participação de pessoas com mais energia e novas idéias para fazer crescer o movimento lojista". Vale dizer que não é permitida reeleição de presidente.
Politica tributária
Miguel Faria, de outra parte, critica com firmeza a política tributária brasileira. Para ele, como o governo não consegue gerir bem os recursos recebidos, joga toda carga tributária novamente para a classe produtiva do país, aumentando impostos, por exemplo, os que vigoram a partir do início do novo ano, dentre eles, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), em Minas Gerais. "O resultado é mais inflação, aumento no grau de instabilidade do mercado, perda de competitividade e queda nas exportações", diz. Sobre as discussões em torno da volta da CPMF, é taxativo: “O movimento lojista nacional é totalmente contrário à iniciativa”.
Dizendo-se otimista, Miguel Faria espera um ano melhor em 2016. Contudo, segundo ele, somente será possível caso "nossos governantes interfiram menos na economia. Basta deixar o setor produtivo trabalhar".