Por Lúcio Castellano

A expectativa de consumo para o Dia das Crianças deste ano reforça a tendência de uma recuperação gradual do varejo. Uma pesquisa nacional realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que mais de 70% dos brasileiros devem ir às compras no Dia das Crianças, cuja comemoração acontece na próxima terça-feira (12).
Se por um lado, a alta intenção de presentear anima o mercado varejista, por outro, a expectativa de gasto do consumidor é cautelosa. De acordo com o levantamento, entre os entrevistados que vão comprar presentes, mais de um terço (36%) pretende gastar o mesmo valor que no ano passado e 31% têm a intenção de gastar menos. Já 23% pretendem gastar mais do que no Dia das Crianças de 2020.
A maioria dos consumidores pagará os produtos à vista (82%) e 38% planejam pagar parcelado. As principais formas de pagamento serão: dinheiro (45%), cartão de débito (38%) e cartão de crédito parcelado (36%). Entre os que irão dividir o pagamento das compras, o número médio de parcelas será de quatro prestações.
De acordo com o presidente da CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas), Angelo Crema, o Dia das Crianças significa a última data sazonal para o comércio antes do Natal. “Com o resultado da movimentação deste início de outubro, teremos um indicador do que poderá ser o desempenho das vendas natalinas”, diz ele.
O dirigente lojista avalia, em seguida, que o tíquete médio dos presentes deve ser “um pouco mais” de R$ 100. Crema preferiu não estimar percentual de crescimento das vendas para o Dia das Crianças, porém, espera uma ligeira elevação se comparado a 2020. “O desemprego traz uma grande incerteza entre as famílias”, diz.
De acordo com a pesquisa CNDL/SPC Brasil, as dificuldades impostas pela crise são as principais razões para aqueles que se planejam para gastar menos. Entre os que pretendem gastar menos este ano, 33% pretendem economizar, 29% estão com o orçamento apertado, e 18% apontam as dificuldades do cenário econômico, como a inflação elevada e economia instável.
Brinquedos, roupas, calçados e jogos educativos, entre outros, serão os presentes mais procurados, cita Crema, ao sugerir que o lojista invista em publicidade para divulgar produtos oferecidos para a data comemorativa, bem como “envelopar” a loja com o tema criança e, assim, poder mensurar o movimento de comercialização para o Natal.