Com um faturamento de R$ 77 bilhões em 2010, as franquias brasileiras têm motivos para comemorar. Os números representam uma expansão de 20,4%, se comparado a 2009, e a expectativa é que o setor continue crescendo a dois dígitos nos próximos cinco anos. Hoje, as 1.865 redes de franchising operam 87 mil pontos de venda no país. Para 2011, a previsão é de aumento contínuo, com mais nove mil lojas e um crescimento de 8% no número de redes, além de um faturamento 15% maior.

Entre os setores com melhor desempenho estão alimentação, acessórios pessoais e calçados, vestuário e beleza. Prestação de serviço teve um crescimento acentuado, através das microfranquias, que são franquias com investimento total de até R$ 50 mil. Há um aumento na área de atendimento, como reparos domésticos, acompanhamento de idosos, jardinagem, consertos de computador e representações comerciais. Os que mais cresceram no ano passado foram alimentação (40%), seguido por acessórios pessoais e calçados (37,9%), vestuário (37%), beleza e saúde (20%), turismo e informática (ambos em 17%).

De acordo com o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, todos os mercados têm suas oportunidades. "Os grandes centros já têm muitas franquias, shoppings. Vemos um crescimento acentuado em periferias das cidades. Há muitos supermercados, hipermercados e galeriais comerciais que também estão disponibilizando pontos e propiciam um crescimento dentro destas grandes metrópoles", destaca.

A projeção para os próximos cinco anos é continuar crescendo a dois dígitos. Temos muito espaço para expandir. A Austrália, por exemplo, tem 22 milhões de habitantes, mil redes de franquias e 14% do PIB é gerado pelas franquias. Nos Estados Unidos, este número é de 20%. No Brasil, o nível de participação é de 2,1%, apesar de já sermos o quarto mercado do mundo em marcas e o sexto em unidades. Isso nos dá uma dimensão de crescimento muito forte na área de franquias. Temos condições de atingir nos próximos três anos mais de 250 mil pontos de venda, então continuaremos a crescer numa linha bastante forte. O PIB do franchising tem sido mais ou menos 2,5 a três vezes o PIB normal do país. Dizem que o PIB do país, em média, crescerá 4,5%, 5% nos próximos anos. A tendência é o que franchising continue crescendo na faixa de 12%, 15%.

Quanto as maiores dificuldades que as redes enfrentam para a expansão uma delas é o número de pontos. "Tivemos uma valorização imobiliária excessiva no ano passado, na ordem de 25%, e isso tem inibido um pouco os negócios, porque compromete a taxa de retorno em função dos altos aluguéis, ou das altas luvas. Os pontos comerciais estão muito caros, o que impede de certa forma a abertura de novas lojas. Tanto é que só crescemos 8% no ano passado, quando deveríamos ter crescido no mínimo 10%", diz Camargo.

Camargo ainda garante que o segredo do negócio de franquias é justamente a marca. "Temos hoje Wizard, O Boticário, Habib's, McDonald's, Giraffas, Bob's. Companhias que têm feito um Marketing muito mais ativo, até porque crescem cada vez mais. As empresas menores, antes de iniciar uma alavancagem na área de Marketing, precisam estar com a operação bem definida para que haja uma coesão e, a partir daí, comecem a trabalhar o Marketing de forma mais ativa. Marcas menores naturalmente não têm tanto recurso para fazer frente, porque são poucas unidades, então precisam em primeiro lugar tentar crescer a sua base, para que quando utilizem a verba de Marketing em maior escala e consigam penetrar no mercado", diz.

Fonte: Mundo do Marketing 

 

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