Recentemente, a questão cambial tem ocupado posição de destaque nas manchetes econômicas, após a cotação do dólar frente ao real atingir o menor patamar desde janeiro de 1999, situando-se em torno de R$ 1,551. O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, já deu sinais de que o governo tomará medidas para conter novas valorizações da moeda nacional.
A desvalorização do dólar contribuiu no abrandamento da expansão inflacionária, tendo em vista uma diminuição na demanda por produtos típicos de pautas de exportação, frente à alta competitividade dos importados com preços acessíveis. Em função disso, a indústria nacional vem amargando perdas em seu faturamento, apresentando crescimento de apenas 1,3% em maio em relação a abril desse ano.
A alta do real pode ser explicada em grande parte pela especulação; países em desenvolvimento como o Brasil, geralmente, apresentam opções de investimento mais rentáveis, sem contar com a alta taxa básica de juros (12,25% a.a.) para os padrões internacionais, grande atrativo de capitais externos.
Nesse contexto, o comércio obtém ganhos expressivos, pois, com a moeda valorizada, há maior incentivo para aquisição de bens importados oferecidos pelo comércio.
De qualquer forma, não se espera que o dólar caia indefinidamente, afinal de contas, o regime cambial brasileiro é flutuante. Além disso, o governo anunciou possíveis intervenções no mercado para impedir esse movimento, visto que o controle da inflação por meio da desvalorização do dólar já demonstra claros sinais de esgotamento. A desaceleração da produção industrial doméstica seria um alerta.
Fonte: Site CDL Belo Horizonte