Naquela que pode ter sido a última reunião sob o comando do presidente Henrique Meirelles, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu ontem manter a taxa básica de juros inalterada em 8,75% ao ano.
A decisão, no entanto, não foi unânime, ao contrário do que ocorreu nas cinco reuniões anteriores. Foram cinco votos a favor da manutenção e três pelo aumento dos juros em 0,5 ponto percentual. Na avaliação de economistas, esse é um sinal de que a taxa Selic vai começar a subir no final de abril, quando o Copom volta a se reunir.
No comunicado divulgado pelo Banco Central após a reunião, a instituição diz que "irá monitorar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".
O principal indicador a ser monitorado será a inflação. O BC tem como objetivo deixar o índice oficial de preços dentro da meta de 4,5% em 2010. Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada está em 4,83%, e as previsões dos analistas são que passe de 5% em dezembro.
A respeito da elevação dos índices de inflação no primeiro bimestre, alguns analistas acreditam que tais pressões foram temporárias resultantes de fatores sazonais como os impostos de janeiro e as despesas com matrículas e materiais escolares em fevereiro e que nos próximos meses cederão.
Eles argumentam também que a demanda por bens de consumo duráveis, não se manterá tão aquecida uma vez que o governo já está retirando os estímulos fiscais e os depósitos compulsórios dos bancos comerciais junto ao BC, já retornaram aos valores anteriores, o que significará menos liquidez no mercado.