Entenda como GAMES e aplicativos aparentemente inofensivos podem causar dependência e te deixar no vermelho Candy Crush Saga, Farmiville, SongPop, Angry Birds, Instaframes, Iphoto... Estes são apenas alguns joguinhos e aplicativos virtuais divertidíssimos que nos ajudam a passar o tempo ou organizar as imagens em nosso celular.

O que mais eles têm em comum? Como a maioria dos games, é possível utilizá-los gratuitamente até enquanto durarem suas vidas ou artifícios limitados.

A partir daí, quem quiser continuar conectado precisará desembolsar um determinado valor para garantir mais recursos ou chances de jogar.

Nesse momento, será preciso escolher entre aguardar o tempo de liberação de novas oportunidades para seguir adiante ou... colocar seu DINHEIRO em algo supérfluo e desnecessário.

E, pior, acabar se endividando com essa brincadeira toda. No entanto, calma: você não precisa correr desesperadamente para deletar os ícones de diversão do seu celular. Mas pode, sim, aprender a curtir virtualmente, mas com cautela.

Os economistas e educadores do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e do portal de educação financeira, 'Meu Bolso Feliz' prepararam oito táticas para você se divertir no mundo virtual sem se endividar na vida real:

1- Existem jogos e aplicativos, mesmo entre os considerados 'gratuitos', articulados para manter os consumidores vidrados e, claro, faturar com isso.

Não à toa, eles têm aumento gradual de complexidade e, em determinado momento, o nível de dificuldade cresce drasticamente.

Isso ocorre para tornar quase impossível ultrapassar etapas sem fazer um INVESTIMENTO. Fuja desse modelo de brincadeira, pois ele vai te fazer gastar, e possivelmente mais do que pode.

2- Não permita que o mundo virtual se sobreponha à realidade. De tanto jogar, você passa a considerar frutas, doces e cristais do game como algo valioso para o cumprimento de tarefas.

Então, quando cobram um determinado valor por um conjunto desses apetrechos para ultrapassar uma fase complicada, você enxerga a quantia como irrisória pela conquista que será alcançada.

Lembre-se: qualquer que seja a oferta de um jogo, ela nunca é barata o suficiente para ser paga com DINHEIRO de verdade.

3- Atente-se à facilidade de COMPRA ONLINE. O educador financeiro do site Meu Bolso Feliz, José Vignoli, alerta: "É preciso tomar cuidado com as informações do cartão de crédito, pois muitas vezes, ficam salvas na internet".

Dessa maneira, com apenas um clique, você faz mais uma compra. Essa ação é perigosa e, na maior dos casos, faz o usuário gastar mais e sem perceber.

Muitas vezes, os gastos são cobrados em dólar e ainda uncluem o IOF, ou seja, você vai gastar muito mais do que imagina.

4- Para quem tem IPHONE, se um jogo ou aplicativo pedir sua senha da Apple, redobre os cuidados. Em geral, digitar essa senha costuma autorizar o pagamento de alguma compra.

5- Crie um hábito: verifique sempre o saldo bancário antes de gastar com jogos e se pergunte se pode - e precisa - colocar seu dinheiro nisso.

6- Ligue o alerta em relação às reais intenções dos jogos. Muitos, por serem gratuitos, trazem uma falsa sensação de que não há mau nenhum em jogar. Assim, eles usam a necessidade do usuário de passar de fase e conquistar vidas para começar, aos poucos, a GANHAR DINHEIRO com isso.

7- Quando um grupo de pessoas costuma se divertir com os mesmos jogos e aplicativos, pode surgir competição entre os integrantes.

Esse comportamento leva muita gente a colocar mais dinheiro para completar as fases e ter recursos mais rapidamente do que os outros. Assim, claro, o jogador poderá se exibir na rodinha de amigos. Será mesmo que essa brincadeira ficará tão divertida quando a contar chegar? Pense nisso!

8- Para evitar a tentação, procure pela opção 'Ajustes' de seu celular e desabilite a função 'Compras em Aplicativos' ou algo que seja similar a isso. Dessa forma, você precisará de tempo para desabilitar essa função antes de fazer uma compra. Use esse período para refletir se vale mesmo à pena torrar seu dinheiro com isso.

"Usava todo o DINHEIRO que tinha para jogar" Infelizmente, o estudante de administração Douglas Markus não teve acesso às lições acima antes de se endividar -e se viciar - em brincadeiras virtuais.

Aos 14 anos nasceu o hábito de gastar com jogos durante uma competição entre amigos em Lan Houses (loja que dispunha de computadores para acesso à internet mediante pagamento pelo tempo utilizado).

Em pouco tempo, ele já torrava toda a mesada nessa atividade. "Eram mais de R$100 por mês. Não importava mais qual era o jogo, eu precisava estar conectado e investia nisso. Eu já não saía mais com meus amigos e nem com a minha namorada porque usava todo o dinheiro que tinha para jogar", conta.

Por sorte, o rapaz não se endividou. Mas Douglas reconheceu que precisava de ajuda e tomou uma medida radical: "Exclui todos os jogos do celular, pedi para o meu pai tirar a TV do meu quarto, cortar a internet e decidi procurar um psicólogo. Hoje administro muito melhor o que ganho e não sinto falta da minha antiga vida".

Além da dívida, o vício

Uma pesquisa feita pela empresa norte-americana Think GAMING, revelou que são gastos, por dia, quase 900 mil dólares (quase 2 milhões de Reais) em GAMES gratuitos.

Esse dado ressalta o que a psicóloga e terapeuta familiar, Cássia Rodrigues explica: "Os jogos viciam porque ativam no cérebro uma substância química chamada dopamina, que da a sensação de prazer". O primeiro passo para se livrar disso? "É necessário entender porque ela se apegou àquela prática e como passou a ocupar tanto espaço na sua vida. Só assim, e com muita força de vontade, é possível se desconectar", ensina a profissional.

Para não cair nessa armadilha, observe suas atitudes no dia a dia e na maneira como encara esse tipo de diversão. Do vício para o endividamento é um salto rápido. Algumas atitudes mostram quando alguém ultrapassou o limite da curtição virtual saudável. Descubra quais são elas:

O GAME se transforma na atividade mais importante da vida da pessoa. Jogar torna-se uma necessidade. A vida social se torna desinteressante comparada ao prazer proporcionado pelos games. No caso dos adolescentes, o rendimento escolar começa a cair. A pessoa gasta dinheiro para vencer o jogo ou ganhar vidas. Arrisca sem se importar com a possibilidade de ficar inadimplente, ou seja, não se preocupa se vai gastar mais do que pode. "Só mais essa vez não vai fazer diferença", é o pensamento de quem não consegue parar de jogar.

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