Por Lúcio Castellano

"Foi uma vitória para o comércio". Assim o presidente da CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas), Miguel Faria, comemorou o veto de proposta que elevaria o limite do empréstimo consignado, considerando-a nefasta para a economia brasileira, ao citar, ainda, os sucessivos acréscimos de consumidores incluídos como inadimplentes nos bancos de dados do Serviço de Proteção ao Crédito.

A matéria foi vetada pelo Governo Federal, a qual aumentaria o limite de crédito consignado de 30% para 40% sobre renda do trabalhador brasileiro. Apesar de sancionada na última sexta-feira (22), a Lei 13.126 recebeu vetos parciais nos trechos que concediam o aumento do teto do consignado, o que gerou, também, elogios da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), entidade que agrega aproximadamente 500 mil empresários em todo o país.

"Seria uma irresponsabilidade caso a matéria fosse validada. No momento em que o País passa por dificuldades financeiras e inadimplência em alta, caso aprovada, a elevação do percentual comprometeria ainda mais a renda mensal do tomador do empréstimo", reforçou Miguel Faria. No caso do comércio, expôs, o setor tem que vender, mas, com a certeza de receber. "O brasileiro ainda não está preparado para fazer empréstimo consignado, por isso, cada vez mais, aumenta o número de endividados no nosso País", diz.

De acordo com a CNDL, de março para abril deste ano, o número de inadimplentes no país cresceu 2,83%, o que equivale a 600 mil novos consumidores com contas atrasadas. Para a Confederação, neste momento, esse tipo de proposta não colabora para um consumo sustentável da economia. Ainda para a entidade, a falta de educação financeira, muito presente na vida dos brasileiros, poderia até ocasionar a inadimplência de outras linhas de crédito disponíveis no país, já que as prestações do consignado são retidas diretamente do salário, o que compromete o orçamento do consumidor.

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